"Se as mulheres fossem as líderes do
mundo, as guerras terminariam." O problema deste tipo de argumento é
discutido no livro "The Better Angels of Our Nature" de Steve Pinker,
psicólogo da Universidade de Harvard, e é explorado por Joseph Nye neste artigo,
ou seja, a ideia de que as mulheres são seres angelicais. A princípio isso parece
ser um elogio, mas também limita as mulheres. A ideia de que as mulheres são
moralmente superiores também foi usada para apoiar o sistema patriarcal. Como
as mulheres eram supostamente mais "puras", a crença era de que as
mulheres deveriam ficar em casa cuidando dos filhos e ensinando-lhes a
moralidade. Também, muitos acreditavam que as mulheres eram tão inocentes que
não poderiam suportar o mundo e
precisavam de proteção. Além disso, a suposta superioridade moral das mulheres
era considerada um impedimento na politica, onde líderes tem que tomar decisões
difíceis e até "sujar as mãos."
Mulheres também podem ser violentas.
Também matam. E como diz Nye, líderes como "Margaret Thatcher, Golda Meir
e Indira Gandhi eram mulheres poderosas, que conduziram os seus países à guerra." Estatisticamente, é claro, os homens cometem mais crimes e, tradicionalmente, são os que lutam nas guerras, porém, atualmente, muitos países
têm soldadas lutando nas linhas de frente de batalha, inclusive nos Estados
Unidos. A tendência masculina para a agressividade não é necessariamente inata, isso
pode ser resultado da socialização. Meninas recebem bonecas para brincar, enquanto
os meninos recebem arminhas de plástico.
Agrada-me a visão de Joseph Nye, que
fala com mais moderação e de um ponto de visto mais objetivo. Ele discute
pesquisas e estudos que descobriram que as mulheres tendem a ser mais cooperativas
que os homens. O autor também ressalta a importância dessa habilidade comunicativa das mulheres
diante das necessidades do mundo moderno. Porém, ao mesmo tempo, Nye não aceita
estereótipos e enfatiza:" As questões sobre o estilo
adequado – quando se deve recorrer a atitudes mais firmes ou mais leves – são
igualmente relevantes para homens e mulheres e não deveriam ser direcionadas
pelos tradicionais estereótipos de gênero.Em algumas circunstâncias, os homens
terão a necessidade de agir mais "como as mulheres"; noutras, as
mulheres terão de ser mais "como os homens."
Eu acho que os benifícios de ter mais
mulheres em posições de liderança é similar aos benifícios de ter mais
diversidade (de forma geral) em postos mais elevados: a diversidade incorpora
diferentes perspectivas e encoraja ideias inovadoras e soluções criativas. Não
acho que seja algo "mágico" ou misterioso. Quando pessoas de diferentes
experiências, interesses e habilidades se juntam, isso abre espaço para a
descoberta de novas perspectivas de mundo e para muitas inovações. Além do mais, as sociedades que têm mais igualdade são mais pacíficas.
Como diz Nye, "é provável que Pinker esteja certo quando diz que nas
partes do mundo, onde existe um atraso no declínio da violência, são também os
pontos onde existe um atraso na atribuição de poder às mulheres."
O livro de Pinker parece ser muito
interessante e eu gostaria de lê-lo. Para concluir, eu acho que o objetivo não
deve ser criar uma sociedade onde só as mulheres liderem, mas onde as mulheres
são igualmente representadas.
Texto de Vanessa C.
Muito interessante! Concordo completamente que o nosso objectivo deveria ser criar una sociedade onde as mulheres sao igualmente representadas! Gostaria de ler o artigo de Nye e o livro de Pinker. Obrigada pela recomendacao. -HM
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