Bom dia,
tudo bem, pessoal? Hoje nós vamos bater um papo com o artista plástico Eduardo Srur.
Se você vai morar em Sampa, certamente irá se deparar com uma das obras de arte
desse artista nas ruas da capital. Eduardo é também o organizador de um projeto
artístico muito bacana intitulado Intervenção Urbana.
Luso: Minha
primeira pergunta é, claro, sobre esse projeto : Você poderia explicar aos
nossos alunos o que é o Intervenção Urbana, que enfeita, modifica e traz novos
ares para as ruas da selva de pedra chamada São Paulo? Como nasceu essa super
idéia?
Eduardo: Pinto há mais de
15 anos e, hoje, vejo a cidade como uma tela em branco pronta a receber minhas idéias
artísticas. Minha primeira intervenção chama-se "Acampamento dos
Anjos", uma obra composta por barracas de camping instaladas verticalmente
nas fachadas de edifícios. É uma pintura de luz própria, pois à noite as peças
ficam iluminadas por dentro.
Luso: Você
tem colocado coletes salva-vidas em monumentos históricos de Sampa e em sua
última entrevista ao programa Metrópolis você disse que a Arte salva. Por quê?
Poderia nos explicar esse interessante conceito?
Eduardo: A arte é uma possibilidade de salvamento,
de resgate. A arte permite às pessoas ver o mundo de outra forma, refletir
sobre a realidade e a transformação da paisagem. Aliás, o artista é aquele que vê
a mesma coisa, mas de outro jeito.
Luso: Como
tem sido a recepção das pessoas ao seu trabalho? Aquele labirinto feito de
materiais recicláveis em três parques públicos da cidade tem atraído muito
gente.
Eduardo: Meu trabalho atinge a todas as
pessoas, é democrático e aberto. Convida qualquer público a participar e interagir
com a manifestação artística. Desta forma, recebo diferentes interpretações e
resultados que, a meu ver, enriquecem a arte e o papel do artista na sociedade.
Luso: Você
também disse que o artista traz uma perspectiva diferenciada aos nossos olhos
fatigados a acostumados a olhar numa só direção. De que forma você acha que o
seu trabalho afeta àqueles que passam e a vida na cidade? É possível afirmar
que o seu trabalho tem um forte caráter social?
Eduardo: Minhas obras provocam e convidam o
espectador e ver as coisas de outra perspectiva. Quero criar um curto-circuito
visual nas pessoas, tirá-las da anestesia cotidiana da cidade. Sim, minha
produção tem um papel social ativo, porque rompe as fronteiras
institucionais da arte e busca o público nas ruas.
Querido
Eduardo, muito obrigada por aceitar o nosso convite para este bate-papo. Um
grande abraço.
Muito interessante esta visão da Arte. Olhar para a cidade e seu cotidiano de outra forma. A Arte será sempre uma arma de salvação para qualquer pessoa. Parabéns. Mary Balth
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