Oi, pessoal,
hoje vamos conversar com a talentosa escritora Ivana Arruda Leite, autora de contos, romances e antologias poéticas.Confiram aqui o blog dela.
Luso: Primeiramente, gostaria de lhe agradecer por aceitar o nosso convite
para este bate-papo. Ivana, considerando-se o fato de que o elemento central da
maioria de seus livros é o universo feminino e diante de tantas transformações
pelas quais o Brasil tem passado nos últimos anos, como por exemplo, o
surgimento do país como uma das principais potências econômicas do século XXI e
a mais do que tardia presença de uma mulher no cargo de maior importância do
país: a Presidência da República, como você avalia as atuais conquistas
femininas no âmbito social e político?
Ivana: Eu avalio de modo muito cuidadoso. Quanto a
sermos uma das potências econômicas emergentes deste início de século, eu me
pergunto: de que adianta tanta riqueza se isso não se reflete no material
humano do país? Estamos entre as dez maiores economias mundiais, mas estamos
ainda muito mal em desenvolvimento humano. Sem isso, não há riqueza verdadeira.
Torço muito para que o vigor econômico que atravessamos se transforme em educação, saúde e habitação de qualidade para toda a população. Apesar de termos uma presidente da república, na câmara
e no senado, as mulheres ainda são uma vergonhosa minoria. Quanto ao salário,
idem. Ganhamos bem menos que os homens, mesmo exercendo os mesmos cargos. Como
vê, falta muito para podermos falar de igual para igual com os homens.
Luso: Em 2006, o seu livro “Ao homem
que não me quis” foi indicado ao prêmio Jabuti. Parabéns! O livro é mesmo
fantástico! Mas, Ivana, e a Flip, o que rola por lá? Lembro-me de ter visto no
seu blog, o Doidivana, uma lista de escritores já consagrados que nunca
foram convidados para a festa. Na sua opinião, por que isso acontece?
Ivana: A FLIP é um dos eventos literários mais
importantes que temos no Brasil. É uma festa que acontece anualmente em Paraty,
uma linda cidade no litoral do Rio de Janeiro. Fui a várias edições, quando ela
ainda não tinha se tornado isso que virou, um mega evento internacional.
Atualmente, a FLIP tem os olhos voltados para os grandes nomes do cenário
internacional, esquecendo-se do escritor brasileiro, que não é nenhum popstar, mas é quem põe pra girar, de verdade, a roda da literatura brasileira
contemporânea.
Luso: E os saraus de poesia? Sempre falamos aos nossos estudantes dos
maravihosos saraus de poesia de Sampa. Sei que você é frequentadora assídua de
muitos deles. Você teria alguma sugestão
bacana para oferecer àqueles que estão sedentos por explorar a vida cultural da
cidade?
Ivana: Infelizmente não freqüento os saraus de poesia
que acontecem por aqui, embora saiba que há muitos. Na Casa das Rosas, por
exemplo, sei que eles são freqüentes.
Luso: E, Ivana, como leitora, que escritores você recomendaria a nossos
estudantes, diplomatas que vão viver no Brasil?
Ivana: Quem quer conhecer o melhor da literatura brasileira
contemporânea não pode deixar de ler: Marcelino Freire, Michel Laub, Joca
Reiners Terron, Andrea Del Fuego, Paulo Scott, Daniel Galera, Julian Fuks,
Francisco de Morais Mendes e Ivana Arruda Leite, claro hehehehehe
Muito obrigada por sua participação. Beijos,
querida!
Ótima entrevista com a escritora Ivana Arruda Leite. Perguntas claras e objetivas e respostas sinceras, claras e muito elucidativas para quem quer entender o mercado da Literatura no Brasil e sobre o mundo feminino em nosso País . Parabéns, realmente muito bom. Mary Balth
ReplyDeleteSaraus? Atenção pra dicas. É matar no peito e sair tocando. Rimando: Sarau Suburbano Convicto, Sarau da Brasa, Sarau Perifaividade, Sarau do Binho, Sarau da Ademar, Sarau da Cooperifa, Sarau Elo da Corrente, Sarau da Quilombaque, do Kilo, da Ocupa, Mesquiteiros...
ReplyDeleteSó chegar.
Axé.
Legal, Walner! Obrigada pelas dicas! Axé. :)
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