Wednesday, March 28, 2012

Eduardo Srur: "Quero criar um curto-circuito visual nas pessoas, tirá-las da anestesia cotidiana da cidade."


Bom dia, tudo bem, pessoal? Hoje nós vamos bater um papo com o artista plástico Eduardo Srur. Se você vai morar em Sampa, certamente irá se deparar com uma das obras de arte desse artista nas ruas da capital. Eduardo é também o organizador de um projeto artístico muito bacana intitulado Intervenção Urbana.

Luso: Minha primeira pergunta é, claro, sobre esse projeto : Você poderia explicar aos nossos alunos o que é o Intervenção Urbana, que enfeita, modifica e traz novos ares para as ruas da selva de pedra chamada São Paulo? Como nasceu essa super idéia?
Eduardo: Pinto há mais de 15 anos e, hoje, vejo a cidade como uma tela em branco pronta a receber minhas idéias artísticas. Minha primeira intervenção chama-se "Acampamento dos Anjos", uma obra composta por barracas de camping instaladas verticalmente nas fachadas de edifícios. É uma pintura de luz própria, pois à noite as peças ficam iluminadas por dentro.
Luso: Você tem colocado coletes salva-vidas em monumentos históricos de Sampa e em sua última entrevista ao programa Metrópolis você disse que a Arte salva. Por quê? Poderia nos explicar esse interessante conceito?
Eduardo: A arte é uma possibilidade de salvamento, de resgate. A arte permite às pessoas ver o mundo de outra forma, refletir sobre a realidade e a transformação da paisagem. Aliás, o artista é aquele que vê a mesma coisa, mas de outro jeito.
Luso: Como tem sido a recepção das pessoas ao seu trabalho? Aquele labirinto feito de materiais recicláveis em três parques públicos da cidade tem atraído muito gente.
Eduardo: Meu trabalho atinge a todas as pessoas, é democrático e aberto. Convida qualquer público a participar e interagir com a manifestação artística. Desta forma, recebo diferentes interpretações e resultados que, a meu ver, enriquecem a arte e o papel do artista na sociedade.
Luso: Você também disse que o artista traz uma perspectiva diferenciada aos nossos olhos fatigados a acostumados a olhar numa só direção. De que forma você acha que o seu trabalho afeta àqueles que passam e a vida na cidade? É possível afirmar que o seu trabalho tem um forte caráter social?
Eduardo: Minhas obras provocam e convidam o espectador e ver as coisas de outra perspectiva. Quero criar um curto-circuito visual nas pessoas, tirá-las da anestesia cotidiana da cidade. Sim, minha produção tem um papel social ativo, porque rompe as fronteiras institucionais da arte e busca o público nas ruas.
Querido Eduardo, muito obrigada por aceitar o nosso convite para este bate-papo. Um grande abraço.

1 comment:

  1. Muito interessante esta visão da Arte. Olhar para a cidade e seu cotidiano de outra forma. A Arte será sempre uma arma de salvação para qualquer pessoa. Parabéns. Mary Balth

    ReplyDelete